
Tessitura Sobreviver ao caos? Sobre viver há de ser dito Em versos, preces ou gritos Que as mãos podem ser frágeis Ou a alma atribulada E o corpo talvez não saiba Nem do quanto é resistente Nem da medida exata Mas o coração, este que ora dispara Sabe bem da precisão, ou não De ser mole em pedra dura Grande, gigante, sentimento em fartura Ou simplesmente brando Canto que vai embalando Numa doce tessitura As duras linhas vividas E, enquanto espera o contento No tempo de ser do tempo Ou, a hora de ser ida Tece dentro e tece fora As teias que dão sustento A trama mais complicada De ser lida que nunca acaba De ser força, ser alento Tecendo com sentimento As mazelas dessa vida.